Da imagem se fez palavra, das duas se fez história
Luiz Henrique Gurgel
André Neves tem a fala suave e tranqüila com o acento típico de quem veio do Recife, apesar de viver há alguns anos em Porto Alegre, no sul do país. Dá para imaginar que seja a mesma fala de seus personagens coloridos, de formas alongadas, olhos miúdos e expressivos. Ilustrador e autor de sucesso – acabou de receber, em dezembro passado, o prêmio Jabuti de melhor livro infanto-juvenil por Obax, a história de uma menina sonhadora que mora nas savanas africanas e adora criar histórias. Nessa conversa, André nos contou a sua própria história, a do menino que desde cedo confabula com imagens
Como eram seus primeiros desenhos? Teve influência de familiares e amigos?
Desde a infância fui envolvido por manifestações culturais, arte musical, arte visual, a arte popular de Pernambuco. A relação com o desenho era uma coisa muito natural na minha casa. Tenho uma irmã que também é ilustradora. Acho que essa relação também tem a ver com uma questão pedagógica. Minha mãe foi professora da APAE. Lembro-me que os recursos relacionados com arte que ela usava em sala de aula, eram transformados em lazer, diversão e brincadeira ao chegar em casa. Pintávamos - eu e meus irmãos - sabonetes, bonecos de pedra, papel desenhado e vendíamos na própria rua. Era uma aproximação com a arte de uma forma artesanal. Mais tarde, estudei e me envolvi com a arte de outra forma. Fiz [o curso] de relações públicas e no último ano estagiei no Espaço Pasárgada, antiga casa de Manuel Bandeira, na rua da União, onde é hoje a Casa de Cultura Manuel Bandeira. Nesse espaço, eu cuidava do acervo do próprio Manuel Bandeira, do lançamento de livros de autores pernambucanos, de concursos literários do Estado e eventos de divulgação de livros. Convivi com escritores, pessoas que amavam a leitura e entrei em contato com o universo editorial. Na época, eu estudava pintura com uma grande artista plástica de Pernambuco, chamada Badida [Marisa Moreira da Costa Campos]. Ela me acompanhou durante muito tempo e foi percebendo que eu era muito ligado à palavra, até pela própria forma que me expressava plasticamente. Minhas ideias vinham de livros. Apesar de estar envolvido com a leitura, não entendia a função da linguagem visual dentro do livro; achava que meu papel era apenas fazer um desenho com a aptidão que eu tinha. Eu digo que se para fazer livro é preciso aptidão plástica, ser virtuoso, talvez eu não fosse ilustrador porque muitos artistas plásticos têm um traço muito mais bonito do que o meu. A linguagem visual dentro do livro é uma imagem narrativa, uma imagem de arte que tem uma ligação com o afeto da infância. São imagens que despertam a memória, as nossas lembranças, o afeto.
O interesse pela literatura também começou na infância?
Como eram seus primeiros desenhos? Teve influência de familiares e amigos?
Desde a infância fui envolvido por manifestações culturais, arte musical, arte visual, a arte popular de Pernambuco. A relação com o desenho era uma coisa muito natural na minha casa. Tenho uma irmã que também é ilustradora. Acho que essa relação também tem a ver com uma questão pedagógica. Minha mãe foi professora da APAE. Lembro-me que os recursos relacionados com arte que ela usava em sala de aula, eram transformados em lazer, diversão e brincadeira ao chegar em casa. Pintávamos - eu e meus irmãos - sabonetes, bonecos de pedra, papel desenhado e vendíamos na própria rua. Era uma aproximação com a arte de uma forma artesanal. Mais tarde, estudei e me envolvi com a arte de outra forma. Fiz [o curso] de relações públicas e no último ano estagiei no Espaço Pasárgada, antiga casa de Manuel Bandeira, na rua da União, onde é hoje a Casa de Cultura Manuel Bandeira. Nesse espaço, eu cuidava do acervo do próprio Manuel Bandeira, do lançamento de livros de autores pernambucanos, de concursos literários do Estado e eventos de divulgação de livros. Convivi com escritores, pessoas que amavam a leitura e entrei em contato com o universo editorial. Na época, eu estudava pintura com uma grande artista plástica de Pernambuco, chamada Badida [Marisa Moreira da Costa Campos]. Ela me acompanhou durante muito tempo e foi percebendo que eu era muito ligado à palavra, até pela própria forma que me expressava plasticamente. Minhas ideias vinham de livros. Apesar de estar envolvido com a leitura, não entendia a função da linguagem visual dentro do livro; achava que meu papel era apenas fazer um desenho com a aptidão que eu tinha. Eu digo que se para fazer livro é preciso aptidão plástica, ser virtuoso, talvez eu não fosse ilustrador porque muitos artistas plásticos têm um traço muito mais bonito do que o meu. A linguagem visual dentro do livro é uma imagem narrativa, uma imagem de arte que tem uma ligação com o afeto da infância. São imagens que despertam a memória, as nossas lembranças, o afeto.
O interesse pela literatura também começou na infância?
Tenho uma memória auditiva - literária, uma lembrança muito forte. Minha avó foi uma grande leitora. Inclusive tem uma história muito curiosa. Eu frequento muitos sebos. Outro dia encontrei em um deles uma revista com a assinatura dela. De pequeno eu gostava de ir para cama da minha avó. Assim que eu chegava, não importava o que ela estivesse lendo - conto, reportagem - ela passava a ler em voz alta. Eu adormecia escutando a palavra, a sonoridade do que ela estava lendo. E a sorte de ter uma mãe professora, que trazia livros da biblioteca da escola e os deixava espalhados pela casa, provocando interesse, gosto pela leitura.
Você costuma dizer que “que confabula com imagens”. Como isso acontece?
Você costuma dizer que “que confabula com imagens”. Como isso acontece?
Na verdade, sou um artista visual; consigo perceber o mundo através do olhar. Por mais que eu seja um leitor, a imagem visual é uma força de memória maior, está impregnada em mim. E, apesar de gostar muito das palavras, as ideias são sentidas, minhas palavras buriladas. Eu nunca consigo escrever sem trabalhar a palavra. Meus textos demoram muito a ficar prontos. Vou fazendo as imagens, retrabalhando o texto. A imagem me ajuda a escrever da forma que escrevo.
O que nasce primeiro, a história ou a imagem?
É um processo simultâneo. O livro é um objeto único. Por exemplo, quando criei o roteiro para a história de Obax, as imagens foram surgindo na minha cabeça. Pego o bloco de texto, leio e penso em como fazer uma cena que remeta a esta ideia, como distribuir as palavras na página. Aquele desenho inicial vai se transformando, compondo com o texto, percebendo o impacto da leitura. Escrevo corrido, na medida em que monto o projeto do livro vou talhando, mudando, estruturando a linguagem. É aí que me entendo como escritor, que começo a trabalhar a linguagem literária, consigo perceber minha escrita, o texto dentro do livro. Existe outra linguagem para o livro, que tem um alcance maior para o leitor da infância e o jovem leitor: um ilustrador que escreve.
Seus desenhos de hoje são diferentes dos primeiros trabalhos?
O primeiro livro que ilustrei, em Pernambuco, foi um livro de cunho educativo, O dente de leite, escrito por Socorro Miranda. Minha ilustração era horrorosa. Só quando vim para São Paulo comecei a entender o papel da ilustração, ter a preocupação de trazer a arte para dentro do livro. Acho que foi a partir daí que fui absorvendo as referências visuais de artistas que eu gosto para o meu livro. Foi em 2002, com a publicação de Sebastiana e Severina que o meu desenho mudou. As ilustrações anteriores tinham as características do livro brinquedo. Ao criar, às vezes penso na minha própria infância, em coisas que, ao ler, iriam me divertir, ou ainda em coisas que eu iria gostar de ver em um livro, uma imagem delicada, que desperte afeto. As pessoas me perguntam de onde vem o nariz, a forma alongada, o olho. Essas formas às vezes um pouco troncha. Isso está em Reinaldo Fonseca, nas figuras longas de Abelardo da Hora, em Homero de Andrade e Lima e na própria literatura de cordel. Vou me alimentar com a arte dos artistas pernambucanos para trazer algo novo para o leitor. As raízes culturais estão vivas, presentes no mundo.
De onde vem o lirismo para suas histórias?
Acho que isso vem da minha história com poesia, vem do Manuel Bandeira, poeta da minha cidade. Leio muita poesia. Cresci escutando poemas de Bandeira, de Mauro Mota, de Assis Ferreira. Além de grandes autores contemporâneos que leio, acompanho o Raimundo Carrero, o Ronaldo Correia de Brito. Digo que tenho sorte de ter saído de um Estado com grandes autores para morar em outro Estado, o Rio Grande do Sul, com autores maravilhosos como Cintia Moscovich, Fabrício Carpinejar. Tenho essa coisa do lirismo, delicada e inocente. Minha dificuldade é escrever histórias cômicas, dar um tom engraçado ao texto. O único livro em que consegui fazer isso é Margarida.
O que nasce primeiro, a história ou a imagem?
É um processo simultâneo. O livro é um objeto único. Por exemplo, quando criei o roteiro para a história de Obax, as imagens foram surgindo na minha cabeça. Pego o bloco de texto, leio e penso em como fazer uma cena que remeta a esta ideia, como distribuir as palavras na página. Aquele desenho inicial vai se transformando, compondo com o texto, percebendo o impacto da leitura. Escrevo corrido, na medida em que monto o projeto do livro vou talhando, mudando, estruturando a linguagem. É aí que me entendo como escritor, que começo a trabalhar a linguagem literária, consigo perceber minha escrita, o texto dentro do livro. Existe outra linguagem para o livro, que tem um alcance maior para o leitor da infância e o jovem leitor: um ilustrador que escreve.
Seus desenhos de hoje são diferentes dos primeiros trabalhos?
O primeiro livro que ilustrei, em Pernambuco, foi um livro de cunho educativo, O dente de leite, escrito por Socorro Miranda. Minha ilustração era horrorosa. Só quando vim para São Paulo comecei a entender o papel da ilustração, ter a preocupação de trazer a arte para dentro do livro. Acho que foi a partir daí que fui absorvendo as referências visuais de artistas que eu gosto para o meu livro. Foi em 2002, com a publicação de Sebastiana e Severina que o meu desenho mudou. As ilustrações anteriores tinham as características do livro brinquedo. Ao criar, às vezes penso na minha própria infância, em coisas que, ao ler, iriam me divertir, ou ainda em coisas que eu iria gostar de ver em um livro, uma imagem delicada, que desperte afeto. As pessoas me perguntam de onde vem o nariz, a forma alongada, o olho. Essas formas às vezes um pouco troncha. Isso está em Reinaldo Fonseca, nas figuras longas de Abelardo da Hora, em Homero de Andrade e Lima e na própria literatura de cordel. Vou me alimentar com a arte dos artistas pernambucanos para trazer algo novo para o leitor. As raízes culturais estão vivas, presentes no mundo.
De onde vem o lirismo para suas histórias?
Acho que isso vem da minha história com poesia, vem do Manuel Bandeira, poeta da minha cidade. Leio muita poesia. Cresci escutando poemas de Bandeira, de Mauro Mota, de Assis Ferreira. Além de grandes autores contemporâneos que leio, acompanho o Raimundo Carrero, o Ronaldo Correia de Brito. Digo que tenho sorte de ter saído de um Estado com grandes autores para morar em outro Estado, o Rio Grande do Sul, com autores maravilhosos como Cintia Moscovich, Fabrício Carpinejar. Tenho essa coisa do lirismo, delicada e inocente. Minha dificuldade é escrever histórias cômicas, dar um tom engraçado ao texto. O único livro em que consegui fazer isso é Margarida.
A personagem do primeiro livro que você escreveu, A caligrafia de Dona Sofia, existe?
Existe. Badida, minha professora de pintura, foi inspiração para criar a dona Sofia. Na casa dela têm muitos livros, além de poemas, frases e textos escritos em vários lugares, no rodapé, nas almofadas, nas paredes. Ela marcou minha vida pela generosidade. Comecei pintando a óleo em cartelas grandes e isso me deixava muito impaciente; às vezes demorava meses para terminar um quadro. Badida é uma grande leitora e sabia que eu gostava muito de ler. Ela sabia que do meu desejo de desenhar o que estava nos livros. Então, começou ensinar toda a parte acadêmica em cima da literatura. Pedia para que eu lesse e transformasse aquilo que lia em um quadro. Depois de três anos estudando, vim para São Paulo. Badida me disse: “Meu filho, vá. Não pare de estudar porque tenho certeza que você vai continuar na arte, pois artista não desiste de sua arte e lembre-se que a coisa mais egoísta do ser humano é negar conhecimento”. Isso eu procuro fazer, passar aquilo que estou aprendendo, que acho que aprendi, que pode melhorar a vida das pessoas.
Você recebeu em 2011 um novo Prêmio Jabuti, desta vez com o livro Obax. Como foi a criação desse trabalho?
A história vem naturalmente. O livro é uma história de ficção ambientada na África. Procurei retratar o norte do continente pela perspectiva visual. Sempre quis fazer um livro sobre essa cultura, um universo que nunca visitei, mas que habita meu imaginário. Foi quando vi o livro African canvas, the art of west african women e me inspirei nas fotos da Margaret Courney-Clarke. Não consegui me aprofundar nas especificidades da cultura africana. Pesquisei os nome dos personagens: obax (flor) e nafisa (pedra preciosa). A brincadeira predileta da pequena Obax é inventar histórias. "Ela já havia caçado ovos de avestruz. Conhecido elegantes girafas. Apostado corrida com antílopes e enfrentado ferozes crocodilos."
Quando você não é o escritor, como se dá a interação com o autor, o diálogo entre texto e a ilustração?
Hoje, como já tenho um trabalho, de certa forma reconhecido, posso escolher aquilo que quero fazer. Assim, o envolvimento é muito maior com o escritor. Normalmente, o autor não entende a linguagem visual dentro do livro, não deixa espaço para a imagem. Resolver isso graficamente dá muito trabalho. Também o entendimento do editor em relação ao livro nem sempre alcança o que a gente está querendo. Às vezes, eu chego com ideias para editores de um livro, dizendo que vai ser melhor a leitura dessa forma. Eu preciso que o editor esteja de acordo com as minhas ideias, se interesse em fazer o investimento gráfico. Muitas vezes prefiro fazer um livro que não seja tão bem resolvido literariamente, mas que eu tenha uma relação de afeto com o autor. Essa relação de afeto com a pessoa que escreve me faz acreditar que o livro também possa ser meu. Há pouco tempo fiz um livro que se chama Cartão Postal, do escritor Luiz Raul Machado, um homem da palavra, uma pessoa que com quem me relaciono muito bem. Eu conhecia a primeira versão desse livro. Perguntei a ele se podia cortar parágrafo, mudar a frase de lugar, distribuir o texto de outra forma. Ele respondeu: “André faça do jeito que você quiser”. Isso facilita muito o papel do ilustrador, além de proporcionar uma relação do leitor com a arte, pode dar velocidade e facilidade de leitura.
Em que você está trabalhando agora?
Lancei em novembro, o livro Maroca e Deolindo, pela editora Paulinas. É um livro de contos e pela primeira vez estou escrevendo mais do que ilustrando. São doze histórias, uma para cada mês do ano, inspiradas nas festas da cultura popular brasileira. Tem história de São João, da Semana Farroupilha, da Procissão do Fogaréu, do Círio de Nazaré, da Cavalhada. Vou contar um pouco da história de São João, que foi a primeira que escrevi. As crianças de uma cidade querem juntar um casal impossível: um homem que é cachaceiro e uma mulher que vive na janela fazendo fofoca da vida dos outros. Elas querem que os dois se casem. Tramam, confabulam para juntar os dois. Fazem de tudo para que eles se apaixonem e se casem, mas não têm jeito. Aí, o padre chega para as crianças e diz: quando as coisas não acontecem, Deus se compadece e, de um jeito ou de outro, as coisas acontecem. Até que chega o dia de São João e o casal aparece dançando quadrilha: o cachaceiro é o noivo e a fofoqueira a noiva.
A pesquisa foi grande?
Estudei várias festas populares. No mês de janeiro escolhi a lavagem do Bonfim e contei a história de uma menina chamada Alfazema. Ela não entendia porque se chamava Alfazema. Até que um dia, a avó dela saiu toda de branco e a colocou em suas costas. Ela viu muita gente de branco que além de seguir sua avó, também a conheciam pelo nome e repetiam: “Alfazema, Alfazema, Alfazema”. Ela achou o maior encanto quando a avó e muitas outras mulheres chegam de branco para lavar a escada de uma grande igreja. Ela entendeu todos os axés e todos os améns que a avó cantava para ela à noite. Entendeu que o nome dela tem um cheiro agradável de água de alfazema, o mesmo que a lavagem da escadaria da igreja do Bonfim. Assim vou brincando, criando enredo e histórias de ficção.
Que pista você pode dar ao professor para trabalhar com a imagem, ampliando o olhar dos alunos e criando novas portas para leitura?
Antes de chegar à leitura da palavra é preciso estudar, perceber a sensibilidade do olhar. E isso, talvez, só possa ser feito através da arte. Na formação escolar há pouco entendimento do que é arte. Você percebe a trajetória de um artista por meio de sua obra, de sua vida, de suas cores, dos seus traços. Por exemplo, o Iberê Camargo, que é um pintor do Rio Grande do Sul, conhecido no mundo e no Brasil como artista de uma obra escura, agressiva. Iberê Camargo pintou temas relacionados à infância: Ciclistas, As idiotas, Carretéis, Manequins, Fantasmagoria. O fato de desenhar com aquela luz, com aquela sombra, com aquele peso, tem a ver com a trajetória do artista. A imagem tem tudo o que um texto traz, só que não tem dentro dela a palavra. Assim como na palavra tem a essência do escritor, dentro do quadro tem a essência do artista. É preciso entender e respeitar a manifestação, a sensação que o artista está provocando em você.
Tem algum livro saindo do "forno"?
Tem dois livros: Malvina, pela editora BCL e Tra nuvole (Entre nuvens) um livro publicado na Itália, ainda sem tradução confirmada no Brasil. As crianças me perguntam, ás vezes, se vou escrever para adulto. Eu digo não porque já escrevo para adulto. Faço livro para a infância do adulto e para a criança. Mas se vocês estão falando de um livro que tenha mais volume de texto, que não tenha imagens, pode ser que sim, lá na frente. Caso isso aconteça, a história vai estar dentro do universo da infância.
Maria Mole é mole de sentimento.Não é doce nem salgada, nem fria, nem quente. Maria Mole é apenas diferente. |
Quando o sol acorda nos céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece e é hora de descobrir muitas aventuras. |
Adorei conhecer suas obras. Sou professora e estou trabalhando com meus alunos A Caligrafia de Dona Sofia e Maria Mole. Os alunos estão adorando. Iremos na exposição do Tirando de Letras. Elaine
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